VIOLÊNCIAS E CONFLITOS SOCIAIS
Abordagem policial motiva denúncias ao LEV
Discussões da mesa-redonda, ontem, se concentraram na relação estabelecida entre a polícia e a comunidade
Denúncias de desrespeito aos direitos humanos, precariedade do sistema prisional e falta de políticas públicas de segurança. Esses foram os temas discutidos, ontem, no seminário “Violências e Conflitos Sociais: trajetórias de pesquisa”, na Universidade Federal do Ceará (UFC). De acordo com César Barreira, fundador e coordenador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), uma das principais denúncias percebidas nas pesquisas realizadas diz respeito à abordagem da polícia aos moradoras da periferia.
Por isso, explicou, as discussões da mesa-redonda “Segurança pública, instituições e direitos humanos” se concentraram nessa relação: polícia x comunidade. “Estamos estudando a implantação de uma polícia comunitária, cidadã, que respeite os direitos humanos”.
Rosemary Almeida, professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e pesquisadora do LEV, confirma os desafios do relacionamento entre polícia e comunidade. “Um dos desafios é a ambigüidade dos policias de hoje, divididos entre duas visões, a de uma polícia cidadã ou a de uma autoritária, como antigamente”. A professora exemplificou o problema com depoimentos colhidos em sua pesquisa para a tese de doutorado . “Um policial diz que, se não agir com autoridade, não é respeitado. Outro, mais jovem, conta que é preciso estar atento para não confundir cidadão com bandido”.
Rosemary Almeida acrescentou que essa ambigüidade deixa o policial confuso entre o desejo de mudança e a permanência da mentalidade do autoritarismo. “É preciso trabalhar esse conflito de forma a aproveitar e estimular o desejo para o bem, para a cidadania”.
Dentre os expositores da mesa, a professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Glaucíria Mota, apresentou a estrutura da política de segurança pública no Estado do Ceará a partir do ano de 1997. “A partir das crises ocorridas nesse ano, com greves na polícia civil e denúncias de corrupção, cria-se um esboço de políticas públicas apoiadas em um tripé de modernização, moralização e participação”. Ela enfatiza que uma coisa são as ações da polícia, outra é ter uma política de segurança pública.
Para vivenciar a realidade de uma instituição prisional e conhecer o cotidiano do presídio, a também professora da UFC, Celina Lima, focou sua tese de doutorado no Instituto Penal Paulo Sarasate, em Fortaleza. “Queria tentar entender o que significa viver dentro de um presídio na lógica de quem vive e trabalha lá”. Entre as conclusões, destacou que, para ela, a sociedade prefere fingir que os presos não são problema dela. “Porém, a cadeia é uma escola de criminalidade”.
O professor Eduardo Paes Machado, da Universidade Federal da Bahia, afirmou ser de suma importância essas pesquisas e debates para expor a precariedade do sistema prisional brasileiro. “Isso expressa a pouca responsabilidade que os governos assumem com os presos no Brasil”.
Denúncias de desrespeito aos direitos humanos, precariedade do sistema prisional e falta de políticas públicas de segurança. Esses foram os temas discutidos, ontem, no seminário “Violências e Conflitos Sociais: trajetórias de pesquisa”, na Universidade Federal do Ceará (UFC). De acordo com César Barreira, fundador e coordenador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), uma das principais denúncias percebidas nas pesquisas realizadas diz respeito à abordagem da polícia aos moradoras da periferia.
Por isso, explicou, as discussões da mesa-redonda “Segurança pública, instituições e direitos humanos” se concentraram nessa relação: polícia x comunidade. “Estamos estudando a implantação de uma polícia comunitária, cidadã, que respeite os direitos humanos”.
Rosemary Almeida, professora da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e pesquisadora do LEV, confirma os desafios do relacionamento entre polícia e comunidade. “Um dos desafios é a ambigüidade dos policias de hoje, divididos entre duas visões, a de uma polícia cidadã ou a de uma autoritária, como antigamente”. A professora exemplificou o problema com depoimentos colhidos em sua pesquisa para a tese de doutorado . “Um policial diz que, se não agir com autoridade, não é respeitado. Outro, mais jovem, conta que é preciso estar atento para não confundir cidadão com bandido”.
Rosemary Almeida acrescentou que essa ambigüidade deixa o policial confuso entre o desejo de mudança e a permanência da mentalidade do autoritarismo. “É preciso trabalhar esse conflito de forma a aproveitar e estimular o desejo para o bem, para a cidadania”.
Dentre os expositores da mesa, a professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Glaucíria Mota, apresentou a estrutura da política de segurança pública no Estado do Ceará a partir do ano de 1997. “A partir das crises ocorridas nesse ano, com greves na polícia civil e denúncias de corrupção, cria-se um esboço de políticas públicas apoiadas em um tripé de modernização, moralização e participação”. Ela enfatiza que uma coisa são as ações da polícia, outra é ter uma política de segurança pública.
Para vivenciar a realidade de uma instituição prisional e conhecer o cotidiano do presídio, a também professora da UFC, Celina Lima, focou sua tese de doutorado no Instituto Penal Paulo Sarasate, em Fortaleza. “Queria tentar entender o que significa viver dentro de um presídio na lógica de quem vive e trabalha lá”. Entre as conclusões, destacou que, para ela, a sociedade prefere fingir que os presos não são problema dela. “Porém, a cadeia é uma escola de criminalidade”.
O professor Eduardo Paes Machado, da Universidade Federal da Bahia, afirmou ser de suma importância essas pesquisas e debates para expor a precariedade do sistema prisional brasileiro. “Isso expressa a pouca responsabilidade que os governos assumem com os presos no Brasil”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário