terça-feira, 22 de junho de 2010

CINCO EIXOS BALIZAM AS DISCUSSÕES DO ENCONTRO “O PACTO EM DISCUSSÃO"


1/06/2010 - 15:08

Os participantes do “Pacto Por Fortaleza – A Cidade que Queremos até 2020”, durante o encontro “O Pacto em Discussão”, dividiram-se nos cinco eixos de atuação do projeto: Segurança Pública e Cidadania; Desenvolvimento Econômico e Social; Qualidade de Vida; Mobilidade Urbana; Resíduos Sólidos e Geração de Renda. Perguntas geradoras deram norte ao trabalho, estimulando a participação de todos quanto ao diagnóstico e a formulação de um cenário ideal para a cidade.

O Eixo 1, Segurança Pública e Cidadania, tem como coordenadores os professores doutores César Barreira e Ricardo Arruda, e trabalha o mapeamento da segurança pública e da violência em espaços urbanos da cidade de Fortaleza, consideradas dos como sendo mais graves problemáticas enfrentadas pelas grandes metrópoles nas últimas décadas.

O Eixo 2, Desenvolvimento Econômico e Social, sob a coordenação dos professores doutores Irlys Barreira e Américo Moreira, vem pondo em questão a cidade como projeção, destacando a desigualdade socioeconômica, segregação e espaço público.

O Eixo 3, Qualidade de Vida, é coordenado pelos professores doutores Eustógio Dantas, Maria Elisa Zanella e José Borzacchiello, aborda questões ligadas à vulnerabilidade socioambiental de Fortaleza, considerando o estudo do ambiente urbano, articulando a dinâmica social à natural.

O Eixo 4, Mobilidade Urbana, sob a coordenação de Nadja Glheuca Montenegro, Elisabeth Pinheiro e Waldemiro Pereira, discute, dedica atenção à atual crise de mobilidade por que passa Fortaleza. Levantar as causas e apontar soluções para o trânsito são metas definidas pelo grupo.

O Eixo 5, Resíduos Sólidos e Geração de Renda, que tem como coordenador o professor Ph.D. João Bosco Furtado Arruda, foca sua atuação no estudo da cadeia produtiva de resíduos em Fortaleza com foco na utilização de insumos no setor de geração de gás e biodiesel.

Após o almoço, que foi servido na própria Câmara, os participantes voltaram à plenária para apresentação da síntese das discussões nos grupos. Os relatores pontuaram os principais temas abordados em cada eixo. Um debate mais aprofundado das considerações serviu para o fechamento do primeiro encontro “O Pacto em Discussão”.
Reportagem da Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Fortaleza.

EIXO 1 DEBATE CAMPANHA CÍVICA PELA CIDADANIA

Como desejamos que Fortaleza esteja até 2020 quanto à segurança pública e cidadania? O que se deve fazer para alcançar essa visão de futuro? Essas duas perguntas serviram como provocação ao debate realizado na Câmara Municipal de Fortaleza, sábado último, durante “O Pacto em Discussão”, pelos integrantes do Eixo 1: Segurança Pública e Cidadania.

Para coordenador acadêmico, Prof. Dr. César Barreira, é preciso pensar nos conceitos de cidadania e direitos humanos, ao debater o tema segurança pública. Ele defendeu uma campanha cívica no Brasil sobre cidadania. “Só com as questões pontuais, não se avança muito”, sustentou.

O Vereador Adelmo Martins (PR) destacou ser a educação o melhor caminho para combater a violência: “é preciso educar as crianças para não punir os adultos. Quem muda e transforma a vida das pessoas é a educação. Não a educação com competitividade. Uma educação onde as pessoas aprendam a ser cidadãos”.

Já a vereadora Verônica Gurgel (PP) defendeu a realização de mais concursos para a Guarda Municipal e a regulamentação dos vigias particulares que atuam à noite e, nos finais de semana. “É preciso investir em tecnologia para combater os abusos sexuais”, completou, ao sugerir ainda a criação do programa “Bolsa Formação Municipal”.

O vice-presidente do Grupo de Comunicação O Povo, João Dummar Neto, destacou a necessidade de participação do Poder Executivo no Pacto por Fortaleza – A Cidade que Queremos até 2020. Membro do conselho de Cidadania, ele ressaltou a indignação como meio para provocar mudanças.

Reportagem da Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal de Fortaleza.

domingo, 20 de junho de 2010

Pacto por Fortaleza


Encontro na Câmara discute Pacto por Fortaleza

Jornal O POVO 19/06/2010 17:00



Objetivo é debater os desafios da cidade nos próximos 10 anos. Ao final das discussões, um documento será elaborado com propostas para o desenvolvimento urbano sustentável

Fortalezenses, empresários, pesquisadores e vereadores se reuniram ontem, na Câmara Municipal, para o I Encontro do Pacto por Fortaleza - A cidade que queremos até 2020. O pacto, lançado no final de maio, é uma iniciativa da Câmara que pretende discutir os desafios da cidade nos próximos 10 anos. Até novembro, haverá mais duas reuniões que resultarão em um documento com sugestões para o desenvolvimento sustentável de Fortaleza.

Para debater sobre diversos aspectos da cidade, o pacto está dividido em cinco eixos temáticos: Segurança Pública e Cidadania; Desenvolvimento Econômico e Social; Qualidade de vida; Mobilidade Urbana e Resíduos Urbanos e Geração de Renda.

O presidente da Câmara, vereador Salmito Filho (PT), classifica o encontro como “um momento inovador”. “Queremos chamar a sociedade civil organizada para debatermos os desafios de Fortaleza e pensarmos o que podemos fazer para contribuir com a nossa cidade, não só para hoje, mas até 2020”, afirma.

Segurança O professor do departamento de Ciências Sociais da UFC, César Barreira, coordena o eixo sobre segurança pública e cidadania do pacto - um dos mais procurados no encontro de ontem. “Esse é um trabalho conjunto. Vamos ver o que temos na segurança pública e o que queremos”, diz. Barreira, que coordena o Laboratório de Estudos da Violência da UFC, lembra que a violência é um dos problemas sociais que mais preocupam as pessoas. “Há uma discussão se há relação entre a sensação de insegurança e a real criminalidade. Eu acredito que há uma relação direta”, afirma.

(Mariana Lazari/Especial para O POVO)

terça-feira, 1 de junho de 2010

Violência e segurança pública - Jornal O POVO

Artigo publicado no Jornal O POVO

Violência e segurança pública

Ricardo Arruda
Doutor em Sociologia (UFC/Universidade Lyon 2)
ricarruda@yahoo.com.br
01 Jun 2010 - 04h21min

O fenômeno social da violência tem ocupado uma posição de destaque nas discussões a respeito da segurança e insegurança pública no Estado do Ceará. Todas as falas convergem para a conclusão de que, em intensidade e proporção, a violência difusa tem se revelado como um dos maiores e mais graves problemas sociais que vem sofrendo o Estado do Ceará como um todo e, em especial, a cidade de Fortaleza.

Nesse sentido, violência, criminalidade e segurança pública são temas bastante recorrentes nos noticiários e no repertório das conversas informais dos cidadãos. Aumento do narcotráfico (sobretudo do crack), superpopulação carcerária, execuções sumárias (cometidas por grupos de extermínio e pistoleiros), latrocínios, entre outros graves delitos, aliam-se normalmente à descrença da população nas instituições responsáveis pelo monopólio coercitivo do emprego da força e na Justiça Criminal.

Este cenário crítico revela também elevação dos sentimentos de medo e insegurança da população combinado com processos de mudança comportamental na vida dos cidadãos e a uma nova reconfiguração espacial da cidade. Simbólica e materialmente as estruturas da cidade e de seus cidadãos vêm sendo modificadas por causa do medo da criminalidade violenta. Casas com muros altos, espaços privatizados e monitorados, cercas elétricas, em suma, estamos progressivamente criando minifortalezas dentro da grande Fortaleza.
O novo desenho da cidade nos lembra que a privatização da segurança tem crescido à medida que aumenta o descrédito nas instituições da lei e da ordem & as forças policiais e o sistema judiciário. As estatísticas criminais apontam para o problema mais grave dentro desse gradiente de violência, que é o crescimento do número de homicídios. O alto índice de homicídio tem sido um dos principais indicadores que é preciso refletir a respeito das ações do Estado no campo da segurança pública.

É nessa perspectiva que o Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do Ceará (LEV/UFC) propõem, em parceria com a Câmara Municipal de Fortaleza, e no âmbito do projeto ``Pacto por Fortaleza``, pesquisar e compreender, de forma abrangente, como se reflete o binômio violência e segurança pública na cidade de Fortaleza, e mais especificamente analisar os enfrentamentos e conflitos na política de segurança pública e como eles são revelados no âmbito da municipalidade. A partir dessa pesquisa será produzido um diagnóstico sobre a (in)segurança pública na cidade, apontando, ao final, propostas de políticas públicas na área da segurança.